Por Andréa João

A Ginástica Olímpica, nome popularizado no Brasil e oficializado junto ao Conselho Nacional de Desportos, por ocasião da aprovação dos Estatutos da Confederação Brasileira de Ginástica, homologado pelo Ministério da Educação e Cultura, e publicado no Diário Oficial da União de 16 de Março de 1979, é também conhecida com outras denominações, tais como: Ginástica de Solo, Ginástica de Aparelhos, Ginástica de Solo e aparelhos, Ginástica Desportiva, Ginástica Artística (PÚBLIO, p.173, 1998).

Na Assembléia da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), em 29 de Janeiro de 2004, foi levantada a discussão sobre qual nome deveria constar no Estatuto da CBG, já que muitas vezes a imprensa e o Comitê Olímpico Brasileiro utilizam o nome “Ginástica Artística”?

Venceu a manutenção do nome “Ginástica Olímpica” e a continuidade de sua utilização no Estatuto da CBG e de todas as Federações Estaduais filiadas à esta.

Evolução Histórica da Ginástica Olímpica

Há muito tempo atrás, provavelmente na Grécia Antiga, algum louco saltou sobre um touro. Outra pessoa, assistindo ao acontecido, disse: “Isso parece divertido. Eu acho que pularei sobre aquele touro, também, e o farei muito melhor.” Um grupo de pessoas reuniram-se ali, em volta, para assistir àquela atividade curiosa e logo estavam aplaudindo os dois loucos saltadores sobre touros. Isto fez com que atletas quisessem saltar, constantemente mais alto, mais distante, e mais rápido. Alguns peritos eram escolhidos para decidir, qual deles era o melhor; e o atleta mais bem sucedido no salto sobre o touro recebia um prêmio. Rapidamente, difundiram-se competições de salto sobre o touro. Para tornar a coisa mais interessante, outras competições foram incluídas, como, balanços em três galhos, andar num caminho estreito, e acrobacias. Os melhores atletas eram aplaudidos como heróis. Atualmente, não se sabe exatamente como a ginástica começou. Mas sabe-se que é um dos esportes mais antigos, em torno de 2500 anos de surgimento. Historiadores acreditam que o primeiro “aparelho” foi o touro (GUTMAN, p.1,1996).

A origem da ginástica remonta às antigas civilizações, que a praticavam com objetivo de manter e melhorar a saúde. “A natureza incita o homem ao movimento, portanto, ao domínio de seu corpo, o que o leva e o conduz à Ginástica Natural. Por isso, ninguém se espanta com as origens longínquas e universais dos historiadores” (PUBLIO,p.21,1998).

No século XVIII, autores como o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778); o pedagogo suíço Jean-Henri Pestalozzi (1746-1790), e Jean-Bernard Basedow (1723-1778) contribuíram para o estabelecimento das bases pedagógicas da ginástica. No final deste século, Johann-Christoph Guts Muths (1750-1839), desenvolveu um sistema de exercícios, tomando como base o que os Gregos já faziam, há vários séculos antes. Este autor alemão foi considerado o introdutor da ginástica pedagógico-didática, constituindo a base sistemática que serve de fundamento à ginástica educativa (PUBLIO,p.22,1998).

No entanto, o verdadeiro pai da ginástica é o professor alemão, Frederick Ludwig Jahn (1778-1852). Ele foi o responsável pelo desenvolvimento da ginástica na Alemanha, onde fundou o primeiro ginásio ao ar livre, em 1811, exatamente como os ginásios da Grécia antiga (GUTMAN,p.6,1996).

A ginástica de Jhan era tipicamente militarista, pois visava formar homens capazes de, principalmente, defender a pátria. Jhan deu o nome de Turnen (praticar ginástica), a esta prática de atividade física, que consistia em marchas, corridas, saltos, lançamentos, equitação, lutas, esgrima, exercícios de escalar e natação (SANTOS,p.2,1986).

A atividade de Jhan foi proibida na Alemanha, por motivos políticos, de 1820 a 1842. Este fato foi denominado “Bloqueio Ginástico”. Durante esse período, discípulos de Jhan emigraram para vários países, principalmente da Europa, para propagar e desenvolver a atividade. Na Suíça, este movimento desenvolveu-se com Clias, e culminou com a criação da Federação Suíça de Ginástica, em 1832, sendo, desta forma, a primeira Federação de Ginástica do mundo (…). No final do século XIX, o número de Sociedades Ginásticas na Europa, era tão grande, que se tornou um movimento político-social da maior força (SANTOS,p.3,1986).

Muitas Federações nacionais foram surgindo, tendo como exemplo, a Federação Suíça.

A ginástica, entretanto, não era encarada apenas pelo ponto de vista técnico, mas, principalmente, como uma forma de melhorar as qualidades físicas e morais dos indivíduos.

A ginástica era o meio de aprimorar a população, fortalecendo-a e habilitando-a a lutar contra os inimigos. Assim, surgiram movimentos, como os Sokols, nos países do leste europeu. Esta ligação política fez com que diversas vezes os ginastas tivessem de emigrar, propiciando a difusão da atividade pelo mundo.

Em 1881, foi criada a Federação Européia de Ginástica, que deu origem à atual Federação Internacional de Ginástica (FIG), fundada em 1921, consagrando o movimento eclodido na Suíça, em 1832 (SANTOS,p.4,1986).

Em 1896, a ginástica olímpica masculina foi apresentada nos Jogos Olímpicos pela primeira vez. Somente em 1928, as mulheres foram permitidas a participar (READHEAD, 1997).

A Ginástica Olímpica chegou ao Brasil, em 1824, por meio da colonização alemã no Rio Grande do Sul. Este foi também o primeiro estado a fundar uma Federação de Ginástica (Federação Rio-grandense de Ginástica), oficializando assim a prática desta modalidade no Brasil (PUBLIO, 1998).